A fragilização por hidrogênio tem sido uma grande pauta de discussão em todos os setores de fixação, mas principalmente na indústria automotiva e óleo e gás. Mas afinal, o revestimento é o grande vilão dos fixadores?
Não! seria a resposta mais simples e rápida para esta pergunta porém claro que vamos argumentar!
A falta de conhecimento e falta de comprometimento no processo de fabricação e compras de serviços de terceiros (como revestimento, tempera e matéria prima) é seria a causa raiz .
Como indicado na figura ao abaixo, precisam estar presentes as 3 variáveis para acontecer a IHE (Internal Hydrogen Embrittlement), que é a fragilização por hidrogênio proveniente do revestimento.
Imagem: Fundamentals of hydrogen embrittlement in steel fasteners S. Brahimi
Como apresentados em diversos estudos e workshop que participamos foi notado que o principal motivo que ocorre é pela condição do material, ou seja, problemas com matéria prima ou dureza mais elevada do que o especificado em norma.
Muitas vezes o mercado exige mecanismos de testes caríssimos e complexos para evitar esta fragilização proveniente do revestimento quando tão somente um controle preciso de dureza e um fornecedor de revestimento que tem estufa calibrada API 6A (para óleo e gás) ou CQI-9 (para automotiva) e comprometimento que realmente o faz com ética e responsabilidade já resolveria todos os problemas.
Como passo garantir que minha peças não vão ter problemas de quebra por fragilização por hidrogênio?
Ter uma equipe de compras e qualidade com conhecimento no assunto.
Ter um fornecedor de revestimento com conhecimento no assunto.
Exigir o certificado de calibração da estufa.
Visite seu fornecedor e conheça o processo.
Divulgue para o seu fornecedor a dureza do material que está indo para revestimento.
"Lembre-se que a uma falha de peça em serviço pode custar prejuízos milionários para empresas"
Como posso testar de forma barata se o fixador terá problemas de fragilização por hidrogênio?
Para testar se o fixador tem problemas IHE, fragilização proveniente do banho, pode-se aplicar o torque especificado em norma em ambiente de teste de acordo com a norma ASTM F606 e ASTM F519. O tempo para falha é de 24 a no máximo 200 horas, depois disso qualquer motivo de falha não poderá ser considerada a fragilização vinda do processo de revestimento eletrolítico.
Outra forma mais analítica de testar o fixador é pela norma ASTM F1624 que é feito com a técnica (ISL - Incremental step load test), falando nos termos mais simples possíveis, o teste basicamente compara a peça sem banho com a peça banhada o resultado será a quantidade que a peça foi fragilizada. Pelo que avaliamos, este teste ainda não está disponível no Brasil.